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Déficit na balança comercial de autopeças cresce e reforça dependência de insumos importados

Setor acumula saldo negativo de US$ 1,2 bilhão em abril; importações avançam e exportações perdem fôlego, segundo relatório do Sindipeças

A indústria brasileira de autopeças registrou déficit comercial de US$ 1,2 bilhão em abril, resultado 6,1% superior ao do mesmo mês de 2024, segundo balanço divulgado pelo Sindipeças. O número reflete um desequilíbrio crescente entre importações e exportações no setor.

As exportações somaram US$ 674,5 milhões no mês, apresentando retração tanto na comparação com março quanto com abril do ano passado, o que sinaliza uma perda de dinamismo, conforme avaliação da entidade. No acumulado de janeiro a abril, no entanto, houve leve crescimento de 5,7%, com US$ 2,64 bilhões exportados — ante US$ 2,5 bilhões no mesmo período de 2024.

A Argentina se manteve como principal destino das autopeças brasileiras, com crescimento de 22,6% no quadrimestre e participação de 38,5% nas exportações, superando US$ 1 bilhão. Em contraste, os Estados Unidos reduziram suas compras em 4,8%, em meio à adoção de barreiras comerciais, com queda de US$ 438,7 milhões para US$ 417,8 milhões.

Por outro lado, as importações seguem em alta em todas as comparações. No primeiro quadrimestre, o setor importou US$ 7,54 bilhões em componentes — avanço de 14,1% sobre os US$ 6,6 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. A China lidera como principal fornecedora, com US$ 1,43 bilhão exportado ao Brasil, alta de 23,7% e fatia de 19% nas importações.

Para o Sindipeças, os dados evidenciam uma dependência estrutural crescente de insumos e componentes estrangeiros, especialmente no início de 2025. A entidade também aponta preocupações com o cenário internacional: “O avanço do protecionismo global e a maior inserção da China em mercados tradicionalmente abastecidos pelo Brasil tendem a limitar a expansão das exportações. Além disso, há risco de impactos indiretos das novas tarifas de importação dos EUA, que podem redirecionar produtos do México para mercados onde o Brasil atua”, alerta o boletim.

IMPORTAÇÕES AUTOPEÇAS JAN/ABRIL 2025

País2025 (US$)2024 (US$)Variação (%)Participação (%)
1. China1.431.061.8001.156.653.36823,7%19,0%
2. EUA776.228.340722.559.1767,4%10,3%
3. Japão686.535.065567.253.18221,0%9,1%
4. Alemanha661.437.298619.748.5166,7%8,8%
5. México533.295.356483.722.58710,2%7,1%
6. Itália410.814.182335.534.32022,4%5,4%
7. Coreia do Sul310.819.409272.339.61514,1%4,1%
8. Índia310.548.806216.021.87043,8%4,1%
9. Suécia304.480.441278.241.3769,4%4,0%
10. França294.741.042259.340.56713,7%3,9%

EXPORTAÇÕES AUTOPEÇAS JAN/ABRIL 2025

País2025 (US$)2024 (US$)Variação (%)Participação (%)
Argentina1.018.530.507830.978.09422,638,5
EUA417.861.982438.708.498-4,815,8
México209.687.716310.691.263-32,57,9
Alemanha145.347.851144.657.1410,55,5
Chile75.976.37871.212.6606,72,9
Colômbia65.237.99975.666.397-13,82,5
China53.395.81132.402.41064,82,0
Noruega48.525.58111.968.350305,41,8
Paraguai48.196.77854.067.287-10,91,8
Uzbequistão45.501.74631.494.76644,51,7

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